Sarajevo
Bósnia
Julho 2012

QUANTOS DIAS E ONDE FICAR
Três noites - Hotel Central (ótimo hotel, excelente localização!)
O COMEÇO
“Sarajevo é brincadeira, este é o Rio de Janeiro!”. Esta foi a música do Marcelo D2 que me cantaram quando falei que estava indo para Bósnia e passaria algumas noites em Sarajevo. Meus pais ficaram um pouco desconfiados, me lembraram da guerra e dos bombardeios diários que esta cidade sofreu por mais de um ano (eu tinha acabado de nascer naquela época) e de como a cidade, assim como o país, poderia ser perigoso e desagradável de visitar em razão dos “efeitos pós guerra”. Tentei argumentar que o país estava se reerguendo e o turismo aumentando na região. A resposta que eu tive foi: “O turismo esta aumentando mesmo, receberam a notícia que dois turistas brasileiros loucos estão chegando lá daqui 3 meses!”
De fato o principal motivo que me levou a visitar a Bósnia foi a proximidade com a Croácia somada com a mais pura curiosidade. MAS, tivemos uma uma agradável surpresa ao constatar que todos não poderiam estar mais equivocados! É claro que não é o destino turístico nº 1 se o que você procura é badalação, alta gastronomia, luxo e compras. Apesar de Sarajevo transmitir um sentimento de esperança e recomeço, as marcas sofridas pela guerra estão longe de serem esquecidas. Se você ama história, adora destinos excêntricos e com alma, você não vai se arrepender!
UM POUCO DE HISTÓRIA
Era uma vez um país chamado República Federal Socialista da Iugoslávia, composto por três principais grupos religiosos: ortodoxos, católicos romanos e muçulmanos. Esta reunião de etnias e culturas distintas, somados a outros fatores políticos e econômicos, acabou por gerar o desejo de dissolução e ocasionar uma inevitável guerra. É considerado o conflito mais sangrento na Europa após a Segunda Guerra Mundial, resultando na morte de aproximadamente 200 mil pessoas, entre eles religiosos, mulheres e crianças. Mostar e Sarajevo foram as cidades que mais sofreram durante o período de três anos de guerra, entre 1992 e 1995. Hoje a Bósnia e Herzegovina, formada após a dissolução da Iugoslávia, é governada por uma presidência tripla: um bósnio, um sérvio e um croata.
A CIDADE
Sim, Sarajevo é a cidade onde o herdeiro do Império Austro-Húngaro, o arquiduque Franz Ferdinand, foi assassinado, durante um desfile, na Ponte Latina, dando ensejo ao tão famoso “estopim da Segunda Guerra Mundial”. Porém, não é da Primeira Guerra Mundial que os “serajevanos” (?) mais guardam mágoas, e sim do Cerco de Sarajevo, que acabou durando mais que a Guerra da Bósnia. O fato de a cidade estar incrustada em um vale rodeado pelos Alpes Dináricos, facilitou o cerco e bombardeio pelos sérvios, que tinham uma visão e posição privilegiada sobre a cidade, formando o famoso "Cerco de Sarajevo". De abril de 1992, à fevereiro de 1996, foram quatro anos de terror: os moradores não podiam sair, alimentos, medicamentos e armamentos não podiam entrar. Soma-se isso aos intermináveis sons da artilharia e tem-se o verdadeiro inferno na Terra.

A primeira impressão que se tem da cidade ao chegar de carro pela Avenida Zmaja od Bosne (Sniper Alley), não vou mentir, não é das melhores. Esta avenida era alvo constante dos atiradores sérvios e muitas pessoas morreram ao tentar atravessá-la. Sem contar que ainda é possível observar muitos prédios danificados pelas bombas, tiros e incêndios sofridos na guerra.



O rio Miljacka é cor de barro e nada atraente aos olhos (como o maravilhoso rio que se encontra em Mostar). Porém, conforme fomos nos aproximando da Old Town (e de nosso hotel) a paisagem foi se transformando: os prédios ganhara uma bela de uma reforma (respeitando sua arquitetura anterior), as ruas ficam mais arborizadas e abrem espaço para bares, restaurantes e lojas.

Ao chegar no hotel, fomos informados que naquela semana estava ocorrendo em Sarajevo o Sarajevo Film Festival. Resultado? Uma cidade repleta de pessoas animadas buscando diversão. Chega-se a esquecer que aquele cenário já foi palco de tiros e bombardeios diários durante quatro anos. De qualquer forma, a impressão que a cidade passa é de recomeço, esperança e olhos voltados para o futuro.
O QUE FAZER
Cemitério Muçulmano
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Chama Eterna
Acesa em abril de 1946 em homenagem aos mortos da Segunda Guerra Mundial, esta chama não se apagou desde então (mesmo durante o cerco de Sarajevo).

Ponte Festina Lente

Fonte Sebilj (bairro bascarsija)
Ponte Latina
Esta foi a ponte foi o local em que o arquiduque Franz Ferdinand foi assasinado, dando ensejo ao início da I Guerra Mundial. Logo em frente a ponte, há um museu sobre o ocorrido. É MUITO pequeno e sem graça, não perca seu tempo.
Ps: Não cometa o mesmo erro que nós! Perto da Ponte Latina há uma ponte mais movimentada e com uns vendedores de bugiganga (se parece mais com uma ponte latina). Nós acabamos confunindo as pontes e tiramos foto no lugar errado. Depois que fomos descobrir qual era a certa!
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Ulica Ferhadija e o bairro turco de Bascarsija
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Avenida Marsala Tita
Avenida de lojas mais conhecidas. Também é onde fica a Chama Eterna.
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Tour para o Túnel da Esperança
O tour, que dura em torno de três horas, tem como foco principal a história da Guerra da Bósnia, o Cerco de Sarajevo e a visita ao tão famoso túnel. Nossa guia era uma menina (ou mulher) de aproximadamente 20 anos que teve sua infância marcada pela guerra. Ela nos contou sobre a história da antiga Iugoslávia, os principais motivos que levaram ao conflito e sua rotina durante o Cerco de Sarajevo. Também nos mostrou os prédios e lugares mais atingidos durante o período de guerra, enquanto nos deslocávamos em uma van para o Túnel da Esperança. Este túnel era a única comunicação que a população de Sarajevo tinha com o resto do mundo, e foi graças a este túnel de 1 metro de largura, 1,5 de altura e 800 metros de comprimento, contruído em meio a guerra e sem qualquer maquinário, que a cidade conseguiu resistir por tanto tempo sob a mira dos sérvios. Era através dele que era possível conseguir comida, água, armamento e outros suplementos já escassos na cidade. Porém, chegar até a entrada do túnel não era fácil: ficava na extremidade da cidade, o que significava ter que atravessar Sarajevo em meio a mira de balas e bombas constantes com uma mochila de 50 quilos (sim, esse era o peso médio das mochilas carregadas). Ou seja, uma verdadeira missão suicida. A saída/entrada do túnel em Butmir (onde há o museu) ficava em um casa, que servia de fachada e, conforme relatos de nossa guia, a dona era uma senhora muito atenciosa que sempre dava água para os que atravessavam o túnel e morreu apenas alguns anos atrás. Apesar de ser muito interessante a história, vou me ater somente a estes fatos para não estragar a “magia” do tour. Então, se você quiser saber mais, vá a Sarajevo!
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BARES E RESTAURANTES
Infelizmente não me lembro e não anotei o nome de nenhum bar ou restaurante em Sarajevo. Como a cidade estava muito movimentada, costumávamos passear por Ulica Ferhadija ou pelo bairro de Bascarsija e paravámos onde mais nos agradava. A rua Strosmajerova, em frente a Catedral Srca Isusova tem vários bares com mesas na rua!
Lembre-se: assim como na croácia, os bares da Bósnia só servem bebibas, nada de petiscos...NADA.
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COMO CHEGAR
Estávamos em Mostar anteriormente, assim, pegamos a estrada e em duas horas estávamos em Sarajevo. Estrada impecável e paisagem encantadora!
MAPA
