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Índia, Butão e Omã

Fevereiro 2019

Roteiro Índia Butão e Omã

Não costumo escrever muito sobre o país em si, e sim sobre suas cidades. Porém, nossa viagem a Índia, Butão e Omã merece uma página em especial. Isso por que são países que juntam dois fatores: pouco explorados (pelos brasileiros) e muito diferentes. Claro, depois escreverei sobre cada cidade do nosso roteiro em particular :)

 

ÍNDIA

 

Começaremos pela India. Não sei vocês, mas quando ouço falar da Índia - ou leio sobre - , sempre vem o mesmo comentário: no começo você fica louco com tanto barulho, sujeira e etc., mas no fim você acaba entendendo a confusão e descobre como a Índia é mágica. A parte do “chegar lá e ficar louco com tanto barulho e sujeira” é verdadeira. Tivemos problemas só com a parte final da afirmativa hahaha. Mas deixe eu explicar melhor. Primeiro, é importante ressaltar que com certeza absoluta, a Índia foi a parte mais emocionante e engraçada da viagem (fomos para Omã e Butão também). E não, não me arrependo nenhum pouco de ter ido. Inclusive, ainda queremos voltar mais uma vez para conhecer o sul da Índia e participar do Holi Festival. Segundo, vamos aos fatos:

 

Tivemos surpresas positivas: a maioria dos indianos sabe falar inglês. Inclusive em New Delhi, muitas placas e propagandas de rua são em inglês; praticamente não vi moscas. Dá para imaginar?! Toda aquela comida exposta na rua, sujeira para todo lado, cocô de vaca, e nada de mosca!  

 

Engraçadas: faça frio, faça sol, os homens adoram usar camisa de manga comprida, calça e chinelo. Se estiver muito frio, acrescentam uma jaqueta e um cachecol, mas o chinelo fica!; não sei da onde surgiu a expressão “fila indiana”, por que lá tudo que eles não fazem é respeitar fila, até senhoras mais velhas entram na sua frente na maior cara de pau; 

 

Estranhas: os portões de entrada de todos os aeroportos do país são controladas pelo exército . Isso significa que para entrar no aeroporto, você precisa apresentar seu passaporte e comprovante de passagem aérea com voo saindo nas próximas quatro horas. Caso contrário, sua entrada é negada; usamos o trem três vezes, e nas três vezes, foram pontuais! Algo herdado da Inglaterra talvez?!

 

E outras nem tão surpresas assim: os indianos são pessoas muito ingênuas. As vezes meio grossas, as vezes meio brucutus, mas ingênuas. Sem maldade eu diria; a religião, principalmente a hinduísta, é muito forte no país. A grande maioria dos casamentos ainda é arranjado pelos pais e o sistema de casta respeitado; não há lixeira na rua. O que chega mais perto são amontoados de lixo, onde tende-se a jogar o lixo mais perto deles. Quando o monte fica muito cheio, eles queimam.

 

Enfim, participamos de celebrações de casamentos na rua; descobrimos que é proibido ficar de cócoras no metrô; escorreguei e cai no cocô nas minhas últimas horas; vimos macacos fofos comendo laranja, como também vimos gente sendo atacada por macacos; fizemos amizades com estranhos na rua; comemos comidas deliciosas que não sei o que eram até agora; descobrimos que na Índia, o uso da suástica é extremamente antigo, e lá, significa boa sorte; passamos a noite em um trem; nos sentimos celebridades tirando tantas selfies com indianos (sim, indianos adoravam pedir selfies com a gente); cantamos Taj Mahal NO Taj Mahal; tivemos um pouco de paz em Rishkesh; jogamos críquete com crianças na rua; vimos o nascer o pôr do sol no Ganges; assim como vimos gente tomando banho, lavando roupa, jogando cinzas e etc; presenciamos uma cremação e conhecemos os homens santo que andam peladões por Varanasi...Ou seja, vivemos a Índia!⠀⠀⠀

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Porém, tanto barulho e tanta sujeira, chega um determinado momento que cansa. Muito. Achei muito mais fácil praticar yoga e meditação no Butão por exemplo. Pelo menos lá é calmo. Mas bem, eu sou leiga no assunto. As vezes o desafio é exatamente esse: chegar a um nível de serenidade tão superior que buzinas e sujeira não te atinjam. Conclusão: Definitivamente, a Índia não é para amadores. De qualquer maneira, nunca mais vou olhar as buzinas, lixo e trânsito do Rio de Janeiro com os mesmos olhos e ainda estou intrigada pela falta de moscas. Índia, nos vemos no Holi Festival!

 

De qualquer maneira, nunca vou me esquecer das minhas primeiras impressões da Índia. Chegamos no aeroporto de New Delhi, tudo certo. Excelente aeroporto por sinal. Em seguida, seguimos para o metrô que conecta o aeroporto a cidade. Muito bom também, vagões limpos, bem sinalizado, etc. Inclusive, não tínhamos moeda para comprar nosso ticket e um monge acabou pagando para nós. Estava até comentando com o Ricardo como minha primeira impressão da Índia estava boa: limpa, organizada, transporte público bom e pessoas atenciosa. Até que…saímos do metrô. Era noite, a rua quase não tinha iluminação, e junto com isso, parecia que tinha uma espécie de fumaça no ar que deixava a visão meio embaçada (descobri depois que é poluição). Muitos carros, motos, vacas, buzinas, gente, barulho, lixo no chão. Tudo muito. Muito mais do que você está imaginando. Enfim, precisávamos comprar duas passagem de ônibus noturno para Rishikesh. Estávamos no ponto de encontro dos ônibus e eu esperava que iria ter algum lugar específico, uma placa, cabine, sinal de fumaça - qualquer coisa - indicando onde comprar as passagens. Foi meu primeiro erro. Minha sorte é que tenho boa memória e avistei de longe um ônibus com a logo da empresa que eu tinha pesquisado. Corremos atrás do ônibus (essa hora eu já estava mentalmente agradecendo por termos decidido fazer essa viagem de mochilão e não de mala normal). O ônibus não parou de andar. O atendente ia falando com a gente com a porta aberta enquanto andávamos rápido ao lado do ônibus. No fim, fomos colocados em um Tuk Tuk com um motorista simpático, porém que só sorria, e não falava nada de inglês. No meio do caminho, entrou outro indiano no Tuk Tuk como passageiro e o motorista simplesmente parou de dirigir, e entregou o Tuk Tuk para outro motorista que aparentemente não sabia onde tinha que nos levar. Nossa sorte é que o outro passageiro era indiano, ia pegar o mesmo ônibus que a gente e coordenou mais ou menos o caminho. Nessa hora a gente já tinha desistido de tentar fazer algo, deixamos ser levados e no fim, deu tudo certo!

ROTEIRO

• Nova Délhi

Rishikesh

Jaisalmer

Jodhpur

Agra

Varanasi

 

DOCUMENTAÇÕES

 

 

• Comprovante internacional de vacina contra Febre Amarela.

 

• Passaporte com validade de pelo menos 6 meses. 

 

• Para a entrada de brasileiros, é necessário visto. A boa notícia é que é possível fazer tudo online. Basta acessar o site clicando aqui, preencher o formulário, pagar a taxa e esperar o e-mail com a confirmação do visto. Lembre-se de imprimir a confirmação “ETA” (Eletronic Travel Authorization) e apresentá-la na entrada do país. Este visto é valido para turistas que pretendem ficar até 30 dias, permitindo duas entradas neste meio tempo. Precisa de um passo a passo? Clique aqui

 

BUTÃO

 

Deve fazer três anos que escutei falar do Butão pela primeira vez. Este pequeno país, com apenas 800 mil habitantes, esmagado pela China e Índia, ficou conhecido como o “país mais feliz do mundo” desde que seu rei resolveu medir o desenvolvimento do país pela felicidade de seus habitantes, o FIB (Felicidade Interna Bruta). Além disto, é um dos países mais budista do mundo, sendo considerado o último Shangri la. Certamente eu estava curiosa. Afinal, apesar da recente abertura tecnológica e turística, o Butão é extremamente fechado. Seus habitantes não podem sair do país sem permissão (alô? liberdade?). Turistas só podem viajar ao país acompanhados de guias locais. Uma dúvida pairava em minha cabeça: seria o Butão uma uma versão mais amena e budista da Coréia do Norte? Seria o FIB um marketing? Acho importante sermos curiosos e principalmente questionadores. 

ROTEIRO

Paro

 

Thimpu

 

Punakha

 

Forbdikha

 

DOCUMENTAÇÕES

 

 

Anyway, não é naaaaada fácil visitar esse país. Primeiro você deve escolher uma agência de viagem autorizada pelo governo e entrar em contato com a mesma. Onde? No site oficial do governo há uma lista, ou, por indicações. Nós indicamos a Heavenly Bhutan. Então, vocês vão organizar juntos sua viagem ao Butão: quantos dias, cidades, programação, etc. A agência se encarrega de comprar sua passagem (são poucas as cidades/países que tem voo para o Butão), solicitar o visto e reservar os hotéis. Todo estrangeiro visitando o Butão deve pagar uma taxa diária de no mínimo 230 dólares. Pode parecer caro em um primeiro momento, mas essa taxa cobre sua hospedagem, alimentação (café da manhã, almoço e janta), todo o transporte dentro do país e passeios. Não está incluído o valor do visto, passagem de ida e volta, alimentações/bebidas fora do programado e compras. Basicamente, os guias te pegam no hotel após o café da manhã, há programações pela manhã, pausa para almoço, programações a tarde e lá pelas 16:00 eles te deixam no hotel novamente. Eles são bem flexíveis quanto ao itinerário. Se quiser mudar algo, é só falar! Não, não tem como fazer de outra forma. Sim, é legal no fim. Caso você esteja se perguntando, não há problema algum sair do hotel sem a companhia dos guias e a bebida alcoólica é liberada.

OMÃ

 

Tirando os árabes adolescentes que conheci quando fiz intercâmbio na Inglaterra, meu outros únicos contatos com o mundo árabe tinha sido em Dubai e no Marrocos. Dubai eu nem sei se chega a contar, já que você tem mais contato com estrangeiros e com o mundo ocidental do que qualquer outra coisa. Já o Marrocos, ou melhor, Marrakesh, me deixou uma imagem desorganizada e suja (eu sei, tem construções lindas e a vida na Medina é fascinante. Mas, no geral foi essa a impressão). Omã mudou tudo. Para o melhor, é claro. País com uma geografia linda: mar, montanha, deserto, oásis. Pessoas queridas, gentis, sorridentes. Cidades inusitadas, excêntricas, fofas e limpas. Tudo o que eu gosto em um país! 

 

ROTEIRO

 

Khasab

 

• Mascate

 

Bidiyah (noite no deserto)

 

• Nizwa

 

DOCUMENTAÇÕES

 

Brasileiros necessitam de visto. Porém, é possível tirar o visto na entrada do país, tanto por ar, quanto por terra. Basta apresentar passaporte com validade mínima de 6 meses e pagar a taxa de entrada. Sempre bom ter o comprovante internacional da Febre Amarela. Caso você esteja de carro como nós, importante frisar que é necessário informar a companhia sobre sua ida ao Omã e pedir a carta de autorização para cruzar a fronteira, além do seguro para Omã. A maioria das companhias não autorizam. Usamos a Dollar.

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